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Você achou a idéia dalí de cima engraçada? Pois é, eu também.
Ao menos no princípio.
Mas daí eu passei a raciocinar:
Mas o que é o dia depois do Natal? É uma data pra quê? Pra se curtir as ressacas?!
É uma data esquecida, passando o fim do ano em branco, sem nenhuma utilidade real. É um dia para juntar os pedaços de presentes do dia passado, e curtir alegremente uma pesada ressaca, por causa do vinho barato que tomou na noite passada. Eu diria que o dia vinte e seis de dezembro é o primo pobre e honesto do primeiro de janeiro.
Afinal, primeiro de janeiro, oh! o início de um novo ano, o sinal de uma nova esperança, veio depois do famosíssimo trinta e um de dezembro.
Aliás, falando em primeiro de janeiro, pobre dois de janeiro. Assim que ele chega, já tem gente reclamando da vida. Triste, triste.
Muitas vezes, você dá muita atenção a uma pessoa que a você soa bastante especial.... e esquece das outras por completo. Você se volta apenas para um dia, e esquece dos outros trezentos e sessenta e não sei quantos. Houve uma vez aqui em que eu disse que todo mundo deveria ouvir todo mundo em seus momentos difíceis. O senhor Malk retrucou, dizendo que ninguém é obrigado a ouvir as pessoas chorando. E ele não está mais do que certo.
Porém... as coisas não seriam mais simples se todo mundo ouvisse todo mundo, se houvessem mais pessoas boas que amparassem um semelhante em desespero?
É esse mais ou menos o conceito do espírito natalino. Todo mundo ajudando todo mundo, todos a favor de todos, não esperando nada em troca, a não ser um sorriso. Mas, em um mundo escurecido pela tristeza, pelo desespero, pela fome, pela ganância, o tal espírito natalino foi enforcado até morrer. Tem gente que diz que ele aparece com mais força na noite do dia vinte e quatro e segue até a manhã do dia vinte e cinco. Eu me pergunto o que deve haver de errado nesse tal espírito para não poder estendê-lo para a tarde do dia vinte e cinco, para a noite, para a manhã do dia vinte e seis e continuar, continuar por toda a vida?
Não é uma data que faz as pessoas ficarem boas. Não é uma lenda boba que faz você ajudar os outros. É você mesmo, a idéia que você pode estar fazendo algo bom, que você possa ser útil... esquenta o próprio coração.
Eu não sou uma daquelas pessoas falsas, que ficam dizendo essas coisinhas bonitas e jamais cumprem. Eu sou o tipo de pessoa que, mesmo não sendo lá aquelas coisas de ativa, tenta ajudar o máximo possível, sem procurar muita coisa em troca.
E não, como alguns devem estar pensando em comentar, após ler isso, não sou trouxa. Muita gente ainda confunde bondade com inocência, e acha que um não pode viver sem o outro. "Há de ser duro, porém com ternura"... ou algo do gênero.
Enfim, o que eu quis dizer com tudo isso? Não faço a mínima idéia, pra ser sincera. Mas, talvez, eu esteja tentando plantar mais uma daquelas lições vazias de moral nos seus coraçõezinhos. Eu não tenho mais o que fazer mesmo...
Espero que todo mundo tenha sido feliz ontem. E que sejam hoje. E amanhã. E depois. E sempre. Mas não no dia dois de janeiro, hm? :)
OK, nesse dia também.
Espero que paz, paciência e tolerância sejam algumas palavras bem utilizadas no ano que vem. Espero que violência, impaciência e intolerância também sejam usados, mas só no último caso. Que muitas folhas caiam em seu quintal, e que elas representem a ida de alguma coisa que já era bem velha e incômoda, e a preparação para algo novo e bonito. Que tudo seja tão óbvio quanto os meus textos, e não tão idiota quanto os mesmos. E, por favor, que eu arrecade forças para fazer aquele post sobre minhas origens... @_____@
FELIZ DIA DEPOIS DO NATAL PROCÊIS, BICHARADA!
Bells escreveu isso exatamente às 10:55 AM.
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