|
O que há de tão especial no céu?
O que encanta a tantos poetas, o que inspira a tantos astrônomos, o que será que tem nesse enorme espaço que está acima de nossas cabeças, para nos encantar tanto...?
É difícil de explicar, na realidade.
Você olha para cima, e vê todas aquelas estrelas cintilando lá no alto.
Você sabe que em torno dessas estrelas pode haver outros milhares de planetas, outras vidas além das nossas... Coisas que nem mesmo nós conseguimos imaginar...
Tentamos agarrá-las, mas é inútil. A idéia de novas experiências é tão cintilante quanto as próprias pequenas artistas... Mas... Ela é inatingível...
E há aquele grande espaço grande da noite. A grande abóbada negra. Seduzindo, te chamando para lá, querendo companhia... Você quer criar asas para ir de encontro ao grande véu da Mãe Noite... Rasgá-lo, entendê-lo... Mas é tão inútil quanto prender numa gaiola uma borboleta.
O complicado é segurar o fôlego na hora de tentar explicar esse fascínio.
Pela manhã já bem cedinho e à tarde já indo para a noite, o céu apresenta aquela coloração magnífica... Aquela mistura perfeita de tons chá.
Vermelho, amarelo, laranja, cor-de-rosa... O céu nos dá bom-dia, por que não admirar o espetáculo da musa vestida de vermelho?
Os pássaros cantam mais alto quando não há aquele vai-e-vem típico da cidade, e as árvores cantam silenciosamente, todos saudando a beleza do céu matutino. O espetáculo dura tão pouco tempo... Mas assim é melhor. É bom quando um doce é saboreado aos pouquinhos, sem exageros... Senão você acaba enjoando dele.
Nós somos a mariposa, o céu é a luz cegante. Dancemos, dancemos, mas nunca a alcancemos...
E durante o dia, já viu?
A alegria transbordando daquela imensidão azul-celestial. Um degradé agradável, do mais escuro para o horizonte, onde o azul é quase um branco, da cor das nuvens. As nuvens em si são um espetáculo à parte... Lembram aqueles algodões-doces da sua infância... Só que estes são gigantescos. Eles estão muito altos para qualquer criança alcançar, além de qualquer coisa...
Uma das minhas diversões de criança era observar as nuvens, tentar descobrir a forma por detrás desses flocos de algodão gigantescos.
Anjos brincando, no meio do céu, moldando nuvens e assoprando para vê-las se perderem no espaço...
O céu de chuva é um espetáculo à parte.
Aquele cinza chumbo, anunciando ameaçadoramente o início de uma tormenta. Os galhos das árvores se agitando freneticamente, o vento uivando pelas frestas da janela.
Os relâmpagos rasgam do céu a terra... Os trovões agitam as estruturas do nosso corpo. Não há nuvens, apenas uma neblina espessa lá em cima. As gotas de chuva caem e batem no seu guarda-chuva, fazendo aquele barulhinho inconfundível. E, de quando em quando, o céu se ilumina para mais um relâmpago dar a face de seu esplendor.
Meu medo de chuva já se foi...
Não importa o quanto o céu seja plano.
Você olha para cima, e, se possuir aquele espírito do poeta guardado dentro de si, sempre verá milhares de coisas escritas entre as estrelas, entre as gotas de chuva, entre as nuvens cintilantes, entre as folhas da árvore pela manhã... Não é necessário andar olhando pra cima... Mas se surpreender com o que vê, sempre que levantar sua cabeça. Além das cabeças de mais de seis bilhões de pessoas... Há cem trilhões de bilhões de estrelas, se preparando apenas para erguer-lhe nos braços... Levar-te a mais incrível das viagens...
O céu foi a inspiração de muitos. Foi o estímulo para muita gente continuar suas pesquisas, continuar a escrever. Dizem que os próprios Deuses fizeram de sua morada a encantadora criança do dia e da noite. A única coisa que podemos fazer... É sonhar... E se imaginar ao lado dos Deuses...
E eu sonho, e sonho, e sonho. Meus sonhos ainda serão realizados?...
Bells escreveu isso exatamente às 7:20 PM.
--------------------//--------------------
|
