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Alguém se lembra de que eu estava doente, na questão de algumas semanas atrás?
Pois é. Eu não contei o resto da história, mas aí vai: poucos dias após passar a tarde me coçando no Hospital das Clínicas, fui ao postinho de saúde do bairro, pra marcar a consulta com o dermatologista. Disse bem assim pra dona moça do balcão: "dá pra marcar a consulta o mais depressa possível, sim? É urgente...". Bem, ela fez o possível. Resultado: marquei no dia seis de novembro uma consulta pro dia vinte e oito. Realmente, o significado da palavra urgência é um tanto questionável, e tal.
Então, como podem ter percebido, anteontem eu fui ao médico dermatologista. Levantei a minha camisa pro médico (ai, que momento séqussi), e mostrei a situação da minha pele a ele.
Para quem interessar, sim, ainda estou com estranhas erupções vermelhas por todo o corpo, e ainda coça, mas só que agora é algo muito brando, quase se acabando. Restam apenas umas seqüelas, uns pontos mais escuros de onde ficavam as manchas, que logo vão se apagar, assim que eu tomar um bom bronzeado.
Mas, voltando para a consulta: o diagnóstico foi urticária. Não era um vírus alien, não era alergia, nem uma mísera sarna (é. REALMENTE cogitamos isso.), era apenas urticária. É uma doencinha chata que pelo menos uns vinte por cento da população tem ou teve, e que some em umas duas ou três semanas sem deixar vestígios.
O problema não é - de fato - a urticária, e sim o que pode ter causado ela. Segundo o dotô, essa minha doencinha pode ser pano para cobrir algo pior ainda, tipo uma doença latente, um vírus mortal, essas coisas triviais. Então, como medida de prevenção, eu vou ter de fazer os velhos exames de rotina, aqueles que todo mundo tem de fazer algum dia desses, tipo tirar sangue e etc. Aliás, é a segunda vez no ano que faço esses exames - me pergunto se faz mal eu tirar tanto sangue do meu corpo assim.
(Há ainda a hipótese de que a minha urticária é só reflexo de um desequilíbrio emocional... mas aí não teria graça, né?)
...
Bem, continuando com a montoeira de problemas de saúde que eu tenho: ontem, eu percebi que eu tenho TPM.
- Mas como assim?! Quase toda mulher tem TPM, essa aí é idiota até dizer... se tá nervosinha, não precisa dizer, né?!
Não, palerma. Não ESSE tipo de TPM, que deixa a mulher aos nervos e/ou desregulada.
É outro tipo - que me faz desejar mil vezes ter uma TPM normal, com todo aquele estado histérico que uma menina merece.
Vou explicar bem resumidamente: sempre que estou prestes a entrar num ciclo, os hormônios de uma mulher entram em fúria, para uma eventual gravidez. Meu corpo não parece agüentar bem essa carga de hormônios extra - e eu fico, literalmente, um LIXO.
Não bastassem as cólicas, a minha pressão desce insuportavelmente, a cabeça dói, e eu fico completamente inútil pra fazer a grande maioria das coisas, se não tomar um analgésico depressa. E bem, ontem eu estive exatamente assim... Dessa vez, eu até fiquei com febre e ânsia de vômito. Supimpa, supimpa. Desmaiei na minha cama, e fiquei assim desde uma da tarde até as cinco.
De verdade, eu me frustro comigo mesma e com a minha fragilidade. Eu, aquela garotona de quase um metro e oitenta alí na esquina, sendo abatida por uma coisa tão inútil quanto os próprios hormônios e a comichão insuportável no corpo.
Eu sei que não deveria estar reclamando. Conheço gente que anda muito pior que eu, em estado terminal, e não reclama nem um pingo... mas... mas faz tempo que você não se lembra o que é ser abatido por algo tão simples... que você acaba ficando arrogante com relação a si mesmo. Perde a noção do quanto vulnerável você se coloca ao dizer que é o melhor e que não vai acontecer nunca com você... Acho que eu era menos humilde que imaginava ser, e que toda essa arrogância está dando os ares de sua graça agora, quando eu menos preciso ser jogada para baixo.
Bells escreveu isso exatamente às 5:19 PM.
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